A semana começou com o dólar em alta. Às 12h40, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 4,3239 e o dólar turismo negociado a R$ 4,51, sem a cobrança adicional do Imposto sobre operações financeiras (IOF).
A semana passada foi marcada por recordes e o dólar fechou a sexta-feira em queda de 0,79%, a R$ 4,2997. As intervenções do Banco Central conseguiram segurar o patamar da moeda estrangeira, que chegou a ser negociada durante pregão a R$ 4,3830.
O Real é a moeda mais desvalorizada em relação ao dólar neste ano de 2020.
Uma das principais razões para a alta do dólar é a crise externa, que afeta o mundo todo e traz múltiplas consequências. No exterior, o turista brasileiro precisa encarar uma moeda forte e para consumir tudo fica mais caro, enquanto o salário em real permanece o mesmo. As passagens aéreas também ficam mais caras. Isso certamente traz mais turistas de fora para o Brasil e inibe o brasileiro a viagens ao exterior.
Internamente, alguns produtos com componentes importados também aumentam o preço. O consumidor percebe gradativamente esse aumento de preço em alguns setores da economia e consequentemente uma maior inflação.
O aumento da inflação inicialmente afeta os produtos importados, mas em muito pouco tempo interfere nos preços dos produtos nacionais, que são exportados, porque serão vendidos a preços maiores lá fora e isso reflete diretamente nos valores comercializados também internamente, pois o comerciante brasileiro joga os valores para cima, tentando equiparar o valor de venda externa, um ciclo vicioso, que beneficia quem vende e não quem compra. Mesmo esses produtos não tendo nenhum componente importado.
A indústria brasileira acaba se movimentando, quando importadores preferem comprar produtos brasileiros para não pagar mais caro, isso pode gerar um aumento de empregos aqui, esse aquecimento beneficia diretamente os empresários brasileiros, que interessados em obter maior lucro optam por exportar mais.
Nesse momento de dólar em alta, fica muito atrativo viajar para o Brasil e os turistas chegam em maior número ao país e o consumo também acaba sendo maior, com a moeda nacional desvalorizada em relação ao dólar. Turistas injetam dinheiro e movimentam a economia local, especialmente em cidades turísticas.
O brasileiro percebe essa alta no bolso e acaba consumindo menos. O comerciante tenta manter os valores para não perder produtos perecíveis, que podem estragar nas prateleiras. Mas essa balança sempre pesa para o lado mais fraco e a população sente na pele a diminuição do poder de compra. Combustível, produtos de exportação, produtos importados, e tantos outros chegarão ao consumidor final ainda mais caros.