Os ônibus dançam nas curvas da orla da cidade do Rio de Janeiro. Quem nunca quis dançar descalço na areia do Rio que atire os primeiros sapatos importados.
Aos poucos, começa um congestionamento de carros, ônibus, bicicletas e pessoas felizes. Também têm motos.
É hora do almoço. Os quiosques e restaurantes da orla estão cheios. As mulheres são lindas. Amor é quase fome.
Um homem, sujo de cimento, roupas rotas, sem muitas ferramentas de trabalho, informal em uma cidade engravatada pelo desemprego, olha o mar. Quase seca as águas com os olhos quase úmidos.
Eu o conheço. Fico sabendo quem é. É pobre. Muito. Vive de bicos, está dando duro para amolecer a vida.
Sozinho, ele, que saíra da labuta na reforma de um prédio e que talvez estivesse indo comer, olha o mar e sorri eterno, mesmo que por segundos.
O trabalho pode ser duro e o pão pouco, mas o mar, o mar, esse não tem fim e isso é quase esperança.