Acabou o Carnaval e agora sim o ano começa. Dois anos sem uma das maiores manifestações culturais da história da humanidade travou a vida. Agora sim podemos dizer feliz ano novo. Talvez até no plural, dose dupla.
Foram momentos muito difíceis esses sem a festa. Não só por estarmos sem Carnaval, mas pelos motivos pelos quais estávamos. Contudo, não falemos mais disso. Já foi. Vencemos. Vida, bloco e escolas que seguem. É tempo de sorrir, sorria. Como dizia Beto Sem Braço, da Portela, o que espanta miséria é festa.
Como de costume, vivi intensamente esse Carnaval. A saudade aumenta o amor. Sapucaí quase todos os dias, blocos nas ruas. Gente, gente, gente. Muita gente. Alegria. Esperança. Força e olho aberto para aguentar o que virá. A energia que a folia nos exige é devolvida depois para suportarmos o restante dos dias anormais, esperando a festa outra vez.
Os desfiles na Sapucaí, depois de dois anos sem Carnaval, terminam com a frase “a vida vai melhorar”, do samba da Vila Isabel. Quando o verso foi dito, o som foi cortado e o público invadiu a Passarela do Samba. Foi tudo histórico e vai ser alavanca de muitas coisas boas que merecemos viver. Certeza disso. Incrível cobrir esse momento como jornalista e viver tudo isso como folião.
Incontáveis foram os momentos de emoção nesses últimos dias. Não dá para dizer que valeu a espera, porque não queria esperar, porém, fomos recompensados com beijos na alma após tantas lágrimas. Não que as dores do mundo tenham acabado, longe disso, no entanto, força a mais para seguir é sempre necessária.
Não é exagero desejar feliz ano novo agora, em abril. Esse momento é para a eternidade. Nasce uma nova era, renasce um mundo que ao som de tambores anuncia uma trégua após tanto luto. Vamos viver. Vamos sorrir. Chega de tristeza. Viva o Carnaval! Feliz ano novo.