Ela foi introduzida na história da humanidade com, nada mais nada menos, a maior das responsabilidades: a de gerar vidas. Seja qual for o viés ideológico, ou de crença do indivíduo, a mulher sempre aparecerá como genitora das futuras gerações. Sangrar mensalmente, gerar e carregar em seu ventre, parir e amamentar a cria dá a figura feminina um destaque dentre os gêneros. A mulher vem atravessando a história sendo interpretada e ressignificada de várias maneiras. Ora endeusada, ora demonizada, a mulher é, sem sombra de dúvida, uma figura intrigante e complexa.
A ela atribuíram o “sexto sentido”, quiça herdado dos talentos místicos que a alquimia e a magia que as ditas “feiticeiras” possuíam. Por vezes, a santificaram na figura pura de aspecto angelical e doce, terno como sugere a proteção de uma mãe. Antagonicamente, fizeram do ofício mais antigo do mundo um vocabulário de depreciação e com sinônimos diversificados insitem em desta forma ofendê-la. Mais recentemente, graças ao desenvolvimento da ciência, comprovaram a sua capacidade de pensar e fazer coisas simultaneamente.
As lutas da mulher não são apenas as defendidas pelas feministas, a mulher veio ao mundo disposta e pronta pra guerra. Lutou para ter sua independência, lutou para poder falar, votar, se desquitar, se separar, usar minissaia, vestir calças, tomar pílula, beber em público, e continua sua saga que afeta até os dias de hoje inclusive sua remuneração laboral, muitas vezes recebendo menos no desempenho justo e igual da mesma função que alguém do gênero masculino.
Agora, se há uma área em que a mulher foi severamente prejudicada foi no campo da sua sexualidade. Isso a fez, muitas vezes se calar, se reprimir, se equivocar, se desesperançar, e inúmeras outras vezes nem sequer se conhecer. É chegada a hora de soltar um grito de liberdade para discutir assuntos do campo da sexualidade. Falar mais de si, das dúvidas, das experiências, dos traumas, das castrações e inibições, dos esteriótipos, dos padrões, do dito certo e do dito errado pelo mundo que quase nunca considerou realmente os anseios feminos. Esta coluna trata disso. Longe de ser um espaço puritano, tão pouco será um espaço pervertido. Aqui se pretende dar voz a mulher para que tenha liberdade de avaliar, observar e perceber aspectos e construções sociais que vem “limitando”, “restringindo” o papel da mulher no viés sexual. Por que não podem compartilhar suas experiências mais naturalmente? Por que em pleno século XXI algumas mulheres ainda tem vergonha de ir a uma sexshop? Por que para tantas a masturbação soa como algo sujo? E por que durante grande parte do tempo se moldam a esteriótipos imputados? O Portal quer ouvir a voz feminina respondendo a estas e tantas quantas forem as perguntas. E para isto este espaço se estabelece. Sejam todos (homens e mulheres) muito bem-vindos! Venham todos mergulhar comigo no universo feminino!