Após um roteiro gastronômico que explorou a Comida di Buteco pela Zona Norte e arredores do Grajaú, visitei o Caju gastrobar. O estabelecimento que fica localizado na Praça Demétrio Ribeiro 97 loja C, Copacabana, funciona há pouco mais de 2 anos e enaltece a culinária brasileira. Desde seu nome, passando pela decoração, até chegar na comida, o bar respira brasilidade e traz vários pratos e ingredientes famosos da culinária nacional. A cor amarela do restaurante me chamou a atenção logo na chegada, onde já era perceptível que o estabelecimento tinha tanto área interna, quanto área externa amplas. Entrando no gastrobar, a parede de tijolos é bem chamativa e traz uma interpretação moderna ao local. O todo é bem aconchegante e possui uma decoração de bom gosto, remetendo às cores quentes do sertão.
A cultura nordestina não é enaltecida apenas na decoração, mas também na música ambiente e nos pratos. Para começar, dividi com minha namorada o SPC (R$38), uma degustação dos 4 bolinhos da casa. Os bolinhos que vinham nessa degustação eram: Jabá com Jerimum (Abóbora com carne seca empanado na tapioca), Vaca Louca (Costela com aipim na farinha de pão), Rabicó (Rabada com batata e agrião) e o Portuga (Bacalhau com grão de bico na Panko). O de Jabá com Jerimum era o mais gostoso, com gosto bem presente de carne seca. O Rabicó era um pouco mais gorduroso por conta da rabada e com isso um pouco mais enjoativo. O Vaca Louca era bem gostoso e crocante. De todos os bolinhos, o que infelizmente não me agradou tanto foi o Portuga, onde a textura do grão de bico não era algo tão agradável na boca, além de estar um pouco sem sal. Os petiscos dessa degustação vinham com uma maionese verde temperada bem gostosa. Porém, todos já vinham com um pouco do molho à mesa, impossibilitando que quem não goste de molho, experimente o bolinho sem o mesmo. A entrada seguinte foi o croquete de carne (R$35), que era de um bom preço pelo tamanho e quantidade ofertada. Os 6 croquetes da porção vieram bem crocantes e fritos, com um recheio bem carnudo. De prato principal experimentei a versão vegetariana do tradicional prato brasileiro, Baião de Dois (R$38).
O prato vegetariano substitui o bacon por diversos legumes, e é ainda finalizado com um ovo frito com gema mole por cima. No prato vem bastante comida, sendo uma ótima opção para um pós-praia e para aqueles que não querem consumir carne. O segundo prato principal foi o Bifanas (R$45) e devo dizer que ele era simplesmente fantástico. O prato possuía diversos bifes super macios, que quase derretiam na boca, de Carne de Sol de Mignon. Além disso, o molho de queijo meia cura completava o sabor surpreendente do prato. A crocância vinha dos chips de batata doce que eram muito bem fritos. Definitivamente é um prato que faz valer toda a visita. De sobremesa solicitei o pudim de leite, com crocante de nozes (R$23). O pudim bem liso, estava no ponto correto de doce, e as nozes acompanhavam muito bem, apesar de ter pego um pedaço desse crocante que passou um pouco do ponto e amargou. Porém, no todo, a sobremesa valeu muito a pena também.
Para acompanhar toda essa comilança, experimentei dois drinks. Vale dizer, que a casa vem se destacando por seus drinks, e o motivo é bem claro. O primeiro drink que experimentei foi o Casal 20 (R$32), uma combinação de vodka, maracujá, purê de morango, limão e açúcar. O nome realmente combina com a bebida, onde o gosto do morango e do maracujá se completam. Em sequência pedi o Mustafá (R$35), e esse foi um dos drinks mais diferentes e gostosos que tomei na minha vida. Esse foi finalista do torneio da cachaça 7 Engenhos e sua combinação é exótica. O drink é composto por cachaça, whisky, xarope artesanal de pêssego, clara de ovo, limão, mel e uma tira de bacon. Ao beber e sentir o cheiro defumado do bacon, o gosto do drink se eleva a outro patamar. O criador do drink foi responsável também por todo meu atendimento. O mixologista Max, foi super atencioso desde minha chegada até o momento do último pedido, exercendo a função tanto de garçom quanto de bartender no dia da visita. Fui ao local na hora do almoço de uma quarta-feira, dia da semana onde o estabelecimento possui também pratos executivos.
O local fica bem movimentado, porém o fato de ter apenas 2 pessoas atendendo no momento da visita, tornou o serviço um pouco mais lento. O prato Baião de Dois acabou levando cerca de 40 minutos para chegar, e acabou sendo um ponto negativo. No mais, a experiência foi muito boa e certamente proveitosa. O local merece o destaque que vem recebendo pelos drinks, e é altamente recomendado tanto para quem quer petiscar, como para quem quer se alimentar.
Esse foi só o primeiro de muitos diferentes tipos de estabelecimentos que o Rio tem para oferecer. Semana que vem volto mostrando mais um local onde se comer nessa cidade, que exala cultura.