Toda vez que estou tenso, ansioso, estressado, o que me faz dar uma relaxada é me movimentar. Sair para andar, correr, pedalar, me salva dessa selva. Falando em selva, o Brasil que estamos sobrevivendo tem me feito ter a atividade de um guepardo itinerante.
O cenário é tão preocupante que me vejo obrigado a discordar de Raul Seixas. Na música “Metro Linha 743”, Raulzito diz “quem pensa, pensa melhor parado”. Sai dessa, Raul. Assim, você e eu vamos andar na contramão. Eu organizo minhas ideias é em movimento.
Desde que o mundo é mundo, o ser humano (humano ou não) precisa se mexer. Os nômades, os navegadores, os exploradores, os viajantes. Ficar parado, muitas vezes, é importante, mas não se chacoalha a história sem esticar as canelas e balançar os quadris.
Até mesmo parado, se a cabeça não mover os pensamentos, a gente paralisa de vez. E quando os pensamentos se tornam uma forma de prisão, como no título do livro do escritor Mário Bortolotto (“O pior lugar que eu conheço é dentro da minha cabeça”), a boa é sair correndo, como alguém em fuga. Tudo é full gás em mim e em vocês.
A propósito, não entendo esse choque entre mover-se e pensar. Exercício faz bem para a cabeça e a mente organiza o corpo. Eu mesmo adoro agitar os ossos ouvindo algo que balance a mente. Podcast, pode tudo.
Tenso, ansioso, estressado, decidi comprar um tênis novo. Ê, consumismo. Ford explica. Um par legal para ser meu companheiro de exercícios em momentos de pausa na normalidade, ou em deleitosos dias de atividades físicas.
O Brasil continua sendo pouco estimulante para tudo. Guaraná em pó ao contrário. Mas agora, com meu tênis novo, pelo menos, eu piso nos dias com mais facilidade enquanto respiro fundo esperando que os maus momentos passem logo. Se não passarem, estico a corrida para outro lugar e incentivo todo mundo a fazer o mesmo.