Sonhando com a Caixa da Artesanal

Sonhando com a Caixa da Artesanal, tem espetáculo que é impossível não indicar.

Crianças e adultos merecem magia e não as primeiras páginas dos jornais, estão todos exauridos com tantas notícias ruins, então, taí um convite ao sonho e aos benéficos sentimentos. 

As cenas de “O homem que amava caixas” falam tanto e carregam uma carga de encanto fascinante, que se torna obrigatório assisti-las.

Começa por uma composição musical imponente, que embala a plateia. Daniel Belquer está de parabéns por sua musicalidade tão expressiva, eleva a alma!

Um espetáculo com o poder de conectar as pessoas a cada cena, tudo visceral, em cada detalhe, sem uma palavra. Somente doces gramelôs — sons de improviso, sem definição, muito usado no teatro cênico, mudo.

E daí, o público embarca em outra dimensão, quando uma história prende a atenção sendo contada apenas por intermédio de ruídos. Impossível não se surpreender com a façanha dessa obra tão primorosa. Esses ruídos, carregados de inocência e de graça, registrados em milhares de momentos ícones dos desenhos centenários da Disney, quando carismáticos personagens e animais contam histórias sem usar palavras. 

Bruno Oliveira e Marise Nogueira representam uma poesia encarnada no palco. Tomados por paixão em cena, trazem performances belissimamente executadas.

As caixas e os objetos falam por si, Karlla de Luca foi exímia, lembrou Giorgio Strehler, o grande diretor italiano, que primava pelas palavras ditas por objetos e pelos detalhes.

Afinal, se fizerem uma reflexão e analisarem, vive-se realmente dentro de uma caixa e ainda há quem diga que a vida é uma caixinha de surpresas! Digno o trabalho da cenógrafa!

A iluminação e o figurino têm cordialidade mútua, a harmonização é tão perfeita quanto uma lagosta servida com um vinho Chardonnay. Equilíbrio é a definição exata para esse trabalho.

A importância do ator Márcio Nascimento nesse espetáculo é imensa, sua postura, sua expressão corporal de identidade incorrigível e enfeitiçadora presenteiam cenas inesquecíveis, repletas de candura e admiração.

Entre máscaras, bonecos e uma dramaturgia, inspirada no amor entre pai e filho, absoluto encantamento. Entende-se porque foram para a China e conquistaram o coração dos chineses, com sua narrativa intensificada pelo amor e o impacto visual.

A Artesanal, uma das maiores companhias teatrais do país, é imprevisível na arte da criação, toda vez que se assiste algo desta companhia é possível ficar abismado e extasiado com todas as rimas artísticas, que o elenco e a equipe teatral constroem. Parecem sempre dispostos a surpreender. Bravíssimo!

                                                                   Foto Lúcio César

O HOMEM QUE AMAVA CAIXAS
Espetáculo Infantil
Acesso gratuito na plataforma Espetáculos On-line 24 horas
Classificação livre

Assista: https://espetaculosonline.com/infantil-2

 

FICHA TÉCNICA

Elenco: Bruno Oliveira, Márcio Nascimento e Marise Nogueira

Técnica vocal: Débora Garcia
Puppets coreógrafa do movimento e treinadora: Márcio Nascimento
Máscaras e suporte técnico para o uso da máscara: Marise Nogueira
Fantoches: Alexandre Guimarães e Marcos Nicolaiewsky
Partitura original e sonorização: Daniel Belquer
Cenografia e cenários: Karlla de Luca
Figurino projeto: Fernanda Sabino e Henrique Gonçalves
Designer de luz: Jorginho de Carvalho
Assistente de iluminação: Poliana Pinheiro
Operador de luz: Rodrigo Belay e Valdemir Almeida
Operador de som: Alexandre Guimarães
Montador de cenários: Antônio Ronaldo
Cortador de estampas e costureira: Zeny Gonçalves
Sapateiro: Ernesto Espanha

Designer gráfico: Maurício Grecco
Fotografia: Dudu Schnaider, Jorge Etecheber e Lúcio César
PR: Evandro Rius
Agência de mídia: Artesanal Produções

Chefe de Produção: Henrique Gonçalves
Produtor: Marta Paiva
Projeto: Artesanal Cia. de Teatro e Márcio Nascimento
Ano de produção: Artesanal Cia. de Teatro / 2011