Por Moreno
Saudade de ser criança com meu irmão. Saudade que mata na quarentena.
A palavra saudade é uma exclusividade da Língua Portuguesa, o jornalista e cronista do Jornal Portal Felipe Lucena define bem e de forma linda o peso que essa palavra tem tido nestes dias de confinamento e perdas.
Por falar em confinamento lembrei das loucuras que eu e meu irmão inventávamos quando éramos crianças quando ficávamos confinados num quitinete enquanto minha mãe garantia o aluguel e a comida trabalhando como diarista. Mesma época em que nos tornamos batistas só pra filar o lanche da escola dominical.
Aí deu saudade até do que doía e machucava.
Solidão e miséria que a gente transformava em teatro e brincadeiras.
Saudade de vender picolé para garantir o dinheiro amassado do teatro, saudade do Marcelo e do Grêmio Estudantil. Saudade não ter pai nem família de comercial de margarina, saudade…
Saudade é assim…
Não se explica, se sente.