Meu Deus! Elis… Guenta coração!
Se a intenção era ser uma homenagem à Pimentinha do Brasil, a fizeram com doçura e maestria na dosagem certa, como merece a maior intérprete da música popular brasileira.
Dança, música e cor! Elementos tão necessários neste momento pandêmico, quando os enclausurados precisam de alento. E por meio do teatro, mais uma vez, é possível viajar no tempo.
Era para ser um espetáculo infantil, obviamente a sala estava lotada de crianças, mas não só delas.
Era Elis, seguramente era ela, a inesquecível. E novamente ela atrai uma multidão ao seu encontro. A Elis, gauchinha, a “Lilica”, que tantas vezes fez críticas à ditadura e seu legado eterno.
Graça e persuasão capazes de entreter os pequenos, porque crianças gostam de música, se encantam com figurinos e cenários coloridos.
A história foi bem contada. Foguetes são lançados e a floresta queimada ensina a importância da preservação do meio ambiente. Educação ambiental na linguagem teatral, para formar uma plateia consciente.
O grande roteirista Pedro Henrique Lopes foi bastante conciso, Elis não desabonaria nenhuma vírgula.
O show, elaborado com exatidão, é perfeito tanto para os pequenos quanto para os adultos, que pegam carona neste espetáculo e se emocionam. As canções elevam a alma, repertório e iluminação de uma sagacidade ímpar. O audiovisual é rico. Dá para sair de alma lavada. De “Madalena” às “Águas de Março”. Os uirapurus simplesmente trazem as canções como devem ser tratadas, com harmonia.
E Jair Rodrigues chega e com ele o amor, para os adultos, que viveram essa história, fica impossível segurar as lágrimas.
Viva, viva o teatro infantil! Viva este elenco! Jullie (Lilica), Erika Riba (Dona Ercy), Lucas da Purificação (Jairzinho), Stephanie Serrat (Diva), Layla Paganini (Produtora) e Pedro Henrique Lopes (Adelino Junior e Adelino). Todos encarnam Elis.
Viva Diego Morais, a cada trabalho se agiganta, mais aguçado, com um olhar de raposa e faro apurado para fazer o certo.
Falar de Elis é escutar um Brasil inteiro. Nunca seu canto, sua energia, sua força foram tão necessárias.
O projeto “Grandes músicos para pequenos” merece ser reverenciado pela sociedade, pois desperta o melhor do Brasil e perpetua sua riqueza cultural e os grandes artistas, que contribuíram significativamente com sua música, sua arte e sua voz.
Guilherme Borges carrega a música intrínseca em si e faz com que a plateia sinta sua verdade e atinja o grau máximo de emoção.
Redescoberta, “Como uma brincadeira de roda” é a canção certa para o hoje.
A sedução de Elis, fascina, assim como este elenco, tão brasileiro.
O ponto final vem com o clássico “O Bêbado e o Equilibrista” um grito de luta, de resistência, de reconhecimento da história, para que não se repitam os mesmos erros, para que se enalteçam os motivos de toda lida. Salve, salve, o eterno artista e compositor brasileiro, estrela maior, Senhor Aldir Blanc!
Diante de um espetáculo tão vigoroso, fica a vontade de assistir tudo de novo, presencialmente, para que se possa fazer a grande brincadeira de roda da Elis, de mãos dadas, cantar, bater palmas e ao final dar um enorme abraço coletivo.
Foto Andrea Rocha
PIMENTINHA – ELIS REGINA PARA CRIANÇAS
Temporada até 25/4
Sábados e domingos, às 16h
Ingressos: R$ 25 a R$ 50 (o espectador escolhe)
Vendas de ingressos:
www.sympla.com.br/grandesmusicosparapequenos
Duração: 60 minutos
Classificação Livre
FICHA TÉCNICA
Direção Geral: Diego Morais
Direção Musical: Guilherme Borges
Roteiro Original: Pedro Henrique Lopes
Elenco: Jullie, Erika Riba, Lucas da Purificação, Stephanie Serrat, Layla Paganini e Pedro Henrique Lopes
Coreografia: Natacha Travassos
Cenário e Figurinos: Clivia Cohen
Cenotécnico: André Salles
Iluminação: Paulo César Medeiros
Operador de Luz: Lúcio Bragança Junior
Operação de Som: Leonardo Carneiro
Assessoria de Imprensa: Racca Comunicação (Rachel Almeida)
Assistentes de Produção: Heder Braga e Layla Paganini
Produção e realização: Entre Entretenimento