Nos dias 13 e 14 de setembro, 6ª e sábado, o maestro Carlos Prazeres e a Orquestra Petrobras Sinfônica apresentam o espetáculo Belchior Sinfônico, na Sala Cecília Meireles, no Centro do Rio – uma homenagem ao grande cantor e compositor cearense. O público vai conhecer a versão sinfônica de sucessos de Belchior, como Velha Roupa Colorida, A Palo Seco, Como Nossos Pais e Sujeito de Sorte.
“Com a intenção de criar um projeto inovador para a Sinfônica de Campinas, tive a ideia de provocar meu querido amigo e parceiro de projetos ousados, João Cavalcanti, para que pensássemos juntos em algo em torno da obra de Belchior. O contraste entre o que ele produziu em vida e a forma rude com a qual se despediu deste mundo, sempre povoou meus pensamentos. O fim da vida de Belchior me faz lembrar a forma como Mozart nos deixou. Ambos tinham em comum a rebeldia e a dificuldade em aceitar padrões impostos pela sociedade. Estamos muito emocionados em entregar postumamente esta homenagem a este artista tão especial. Não se trata simplesmente de um apanhado de músicas com arranjos sinfônicos. É um ritual introspectivo que busca traduzir musicalmente a essência da vida de Belchior”, comenta o maestro.
O concerto conta com a participação especial do compositor, produtor, cantor e sanfoneiro Marcelo Caldi. O roteiro foi cuidadosamente pensado por João Cavalcanti e os arranjos elaborados por Tiago Pallone. A apresentação faz parte de uma mini turnê que começou em Salvador, passa agora pelo Rio e segue para Campinas, para celebrar o encerramento de 2024 com a orquestra que assinou o projeto.
A voz lúcida de Belchior foi algumas vezes pouco compreendida em sua época, nos anos 70. Sua obra foge de estereótipos e dialoga com a juventude por meio de canções que debatem de forma profunda sobre amor e questões sociais. Nos últimos anos, suas músicas foram redescobertas por uma nova geração de fãs. De acordo com o Spotify, Sujeito de Sorte já foi ouvida mais de 21 milhões de vezes. (CNN)
Segundo Prazeres, este concerto é “quase um musical”, concebido por ele e pela Orquestra Sinfônica de Campinas, mas que encontrou na figura de João Cavalcanti uma parte fundamental pela sua participação na construção poética e do roteiro do evento.
João Cavalcanti foi vocalista por 16 anos do grupo Casuarina, eleito melhor grupo de samba duas vezes no Prêmio da Música Brasileira. Com o Casuarina, João lançou sete CDs e dois DVDs, além de realizar diversas turnês pelo Brasil e pelo mundo.
Em 2023, foi indicado ao Grammy Latino pelo álbum Desengaiola, uma parceria com Alfredo Del-Penho, Moyseis Marques e Pedro Miranda. No mesmo ano, João foi solista convidado da Orquestra Sinfônica da Bahia para um projeto ousado concebido por Prazeres: o Osbrega. Nele, as mais célebres canções românticas do nosso país, ganharam versões sinfônicas refinadas. Com um vasto repertório de composições que passeiam por gêneros variados, algumas de suas músicas foram gravadas por importantes artistas brasileiros como Roberta Sá, MPB4, Fabiana Cozza e Tiê, além de seu pai, Lenine. Entre seus lançamentos, o disco “Garimpo” faz um registro intimista do duo com Marcelo Caldi.
Caldi é um dos músicos mais completos da atualidade. Tornou-se amplamente reconhecido expandindo o precioso legado de mestres da sanfona como Luiz Gonzaga e Chiquinho do Acordeom e esteve presente em todas as edições do São João Sinfônico da OSBA.
Ele também já se apresentou como solista de acordeom em concertos com as orquestras Sinfônica Cesgranrio, Sinfônica da UFF, Sinfônica do Recife e Petrobras Sinfônica, para a qual compôs “Alma Carioca”, uma peça sinfônica inédita em homenagem aos 450 anos da cidade maravilhosa. É fundador e maestro da Orquestra Sanfônica do Rio de Janeiro, a qual se apresentou pela primeira vez no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 2022. Já participou dos mais importantes festivais de música instrumental no Brasil, assim como já circulou com seu trabalho por outros países como Portugal, França, Itália, Alemanha e Japão. Recentemente, atuou como o maestro das últimas produções de Maria Bethânia.
O concerto Belchior Sinfônico vai reunir no palco grandes nomes da música brasileira da atualidade para celebrar a obra de um compositor que merece ser lembrado pela relevância de suas reflexões e qualidade artística.
MAESTRO CARLOS PRAZERES
Carlos Prazeres é um dos mais requisitados maestros brasileiros da atualidade. É Regente Titular da Orquestra Sinfônica da Bahia desde 2011, orquestra que o levou a receber o prêmio “Profissionais do Ano” de melhor conjunto sinfônico do país em 2023. Com o sucesso na Bahia, Prazeres foi convidado a assumir a direção artística da Orquestra Sinfônica de Campinas em 2022, onde desenvolve um intenso e frutífero trabalho reconhecido pelo público e pela crítica. Prazeres também é diretor artístico do Festival Música em Trancoso e atua como maestro do projeto Prudential Concerts.
Por oito anos seguidos foi regente assistente na Orquestra Petrobras Sinfônica do Rio de Janeiro e tem dividido o palco com artistas como Antonio Meneses, Nelson Freire, Heléne Grimaud, Ilya Kaler, Gil Shaham, Maxim Vengerov, Ramón Vargas, Peter Donohoe, Jean-Louis Steuerman, Augustin Dumay, entre outros. Na música popular, regeu o disco dos 70 anos de Gilberto Gil no Municipal Carioca, além de atuar com João Bosco, Gal Costa, Maria Rita, Ivan Lins, Milton Nascimento, Hamilton de Holanda, Yamandú Costa, Baiana System, Carlinhos Brown, Luiz Caldas, entre outros. Como maestro convidado, Prazeres tem dirigido importantes conjuntos sinfônicos, tais como a Orchestre National des Pays de la Loire, Sinfônica de Roma, Orquestra da Arena de Verona, Sinfônica Siciliana, Orquestra Cherubini, Orquestra Internacional do Festival de Riva del Garda, Youth Orchestra of the Americas, Junge Philharmonie Salzburg, Filarmônica de Buenos Aires (Teatro Colón) , Filarmônica de Montevideo, Filarmônica de Bogotá, Filarmónica de Minas Gerais, OSESP, Orquestra Petrobras Sinfônica, Orquestra do Theatro Municipal do RJ, Orquestra Amazonas Filarmônica, Sinfônica de Campinas, Jazz Sinfônica de São Paulo, Orquestra do Teatro São Pedro (RS), entre outras. Prazeres estudou regência com I. Karabtchevsky, graduou-se em oboé na UNI-Rio sob a orientação de Luis Carlos Justi e foi bolsista da Fundação VITAE durante seus estudos de pós-graduação na Academia da Orquestra Filarmônica de Berlim/Fundação Karajan, sob a orientação de Andreas Wittmann.
BELCHIOR SINFÔNICO
Sala Cecília Meireles
Rua da Lapa, 47, Centro.
Sexta, 13/09 às 19h e sábado, 14/09, às 16h
Classificação livre
Ingressos: https://salaceciliameireles.rj.gov.br/programacao/
Crédito foto: Daniel Ebedinger