Como o brasileiro deixa tudo para a última hora, no geral, nós só refletimos a fundo sobre os dias que passaram e os dias que virão no final do ano. Chegou o momento. Pensar sobre o correr dos segundos é sempre uma grande questão. Normalmente, a resposta é o desejo de uma máquina do tempo. Eu não gostaria de uma máquina do tempo para voltar ao passado ou partir rumo ao futuro. Eu gostaria de uma máquina de tempos presentes.
Imaginem uma engenhoca que nos desse mais horas para viver o hoje? Mas para viver. Sai fora com esse papo de “queria ter um dia com 36 horas para dar conta de todo trabalho que tenho hoje”. Nesses casos, a Máquina de Tempos iria travar e negar o recurso. Agora, se for para se divertir, tirar uma soneca, a Máquina de Tempos libera as horas na hora.
Quem disser que tempo é dinheiro ao lado da Máquina de Tempos vai perder uma hora do dia. Tempo é vida. E vida é para viver. Peça algumas horas para tomar muitas cervejas com os amigos, para curtir a família, para viajar e veja o resultado. A Máquina de Tempos vai sorrir com os ponteiros. Quase “A Máquina de Ser Feliz”, da música do argentino Charly Garcia.
É difícil, eu sei, temos que pagar as contas, realizar nossas ações no trabalho e tudo isso é importante, contudo, ou nós inventamos nossas Máquinas de Tempos e geramos mais horas para vivermos ou o tempo que corre a segundos por hora inventam nós. Prisão não é presente.
Eu tive a ideia para esse texto quando já estava quase dormindo. Fui anotar o esboço e perdi o sono. Ah, se eu tivesse uma Máquina de Tempos para dormir mais umas horinhas…
Que nós tenhamos, nos próximos 365 dias que se achegam, muito mais horas para nós. Que criemos nossas Máquinas de Tempos. Um grande presente.
*O cronista vai tirar uns dias de férias e volta no início de janeiro. Feliz Natal e um excelente 2022 a todos.