Um menor de idade, em situação de rua, furta o celular caro de uma moça de classe média na rua mal iluminada. E o homem continua vendendo flores pela cidade.
Alguns vereadores, deputados, o prefeito e outros servidores públicos se afundam em corrupção. E o homem continua vendendo flores pela cidade.
O trânsito para, as pessoas começam a se insultar, brigam através de buzinas e de palavras. E o homem continua vendendo flores pela cidade.
Os hospitais e escolas públicas são incapazes de receber a população que mais precisa. E o homem continua vendendo flores pela cidade.
Um casal se separa. O amor acaba. Ela para um lado e ele para o outro da longa avenida onde se perdeu o romantismo. E o homem continua vendendo flores pela cidade.
A cidade exala progresso e injustiça. E o homem? Cosmopolita que é, continua vendendo flores.
Sem pedir nenhum voto. Sem querer nenhum cargo, o homem, mesmo ignorado, entre santos, santinhos e pecadores, continua vendendo flores pela cidade.
Mesmo que ninguém saiba, mesmo que ele mesmo não tenha ciência exata, o homem das flores é a solução para tudo.