Francis Hime troca em miúdos suas canções na web

— Desde o início da quarentena, o compositor e maestro Francis Hime e sua mulher Olivia Hime não têm saído de casa. Saudoso de não estar nos palcos mostrando as canções de seu mais novo trabalho, o álbum “Hoje”, decidiu promover encontros virtuais durante o período de isolamento social. Como bom contador de histórias que é, optou por uma série de vídeos semanais baseada em seu livro “Trocando em miúdos — as minhas canções” em que conta, com riqueza de detalhes, como funciona seu processo de criação e, de quebra, revela histórias curiosas por trás de suas canções e parcerias, tanto na música popular como na erudita.

O primeiro episódio será exibido nesta quarta-feira (13), às 19h, nas redes sociais do artista. — A ideia é abordar não apenas a feitura de cada canção, mas também as influências e circunstâncias que as cercam. Serão encontros semanais, onde eu discorrerei sobre uma determinada obra, antecipa Francis Hime, que, aos 80 anos, goza de memória privilegiada.

O primeiro programa será sobre a canção “Trocando em Miúdos”, uma de suas mais célebres parcerias com Chico Buarque e que dá nome ao livro. No dia 20 de maio a escolhida é “Sem Mais Adeus”, primeira parceria do então jovem pianista com Vinicius de Moraes. Na quarta-feira seguinte, dia 27, será a vez de contar mais sobre “Parceiros”, canção de Francis e letra de Milton Nascimento.

— Na sequência, virão canções que fiz com Ruy Guerra, Olivia Hime, Paulo Cesar pinheiro, Geraldo Carneiro, Cacaso, Gilberto Gil, Thiago Amud, Guinga, Zélia Duncan e muitos outros”, enumera o maestro, que tem um gosto particular de compor com muitos parceiros, o que lhe dá versatilidade para trabalhar com várias linguagens musicais.

Nesses encontros musicais semanais, produzidos no estúdio de casa, Francis Hime promete relembrar outra faceta de seu trabalho que são as trilhas sonoras que compôs para o cinema, como as de “Dona flor e seus dois maridos”, de Bruno Barreto, e “Lição de amor”, de Eduardo Escorel, e para montagens teatrais, como “O Rei de Ramos” (Dias Gomes) e “A menina e o vento” (Maria Clara Machado). No período em que viveu nos Estados Unidos, teve aulas de composição com mestres como Lalo Schifrin e Paul Glass.
Na série, Francis Hime também vai falar sobre seu trabalho no campo da música de concerto, mostrando o processo criativo que envolveu temas como o Concerto de Violão, gravado pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp); o Concerto de Violino, interpretado por Claudio Cruz e regido por Isaac Karabtchevsky; e um de seus xodós, a “Sinfonia do Rio de janeiro”, que nasceu de uma conversa com o produtor e pesquisador Ricardo Cravo Albin.

— Estávamos almoçando em sua linda casa na Urca. Ele imaginou a criação de uma sinfonia popular em homenagem ao Rio. Começamos a desenvolver algumas ideias e chegamos a um formato em que ela seria estruturada em cinco movimentos, retratando diversos períodos da história da cidade, recorda. A sinfonia foi composta em seis meses e estreou em setembro de 2000, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

“Trocando em miúdos – as minhas canções” será transmitido pelo canal oficial de Francis no Instagram e no Facebook, e pelo canais oficiais da Blooks Livraria.

Aproveite para assistir esse vídeo em duas partes produzido durante as gravações do álbum “Hoje”:
https://www.youtube.com/watch?v=LFoF3E54SyY&feature=emb_title
https://www.youtube.com/watch?list=RDJaZWxgafJvc&v=JaZWxgafJvc&feature=emb_title

Foto Nana de Moraes