Espetáculo leva morte do pai de dramaturgo, queimado vivo em cemitério de pneus, para o palco

‘Ípsilon’ fala de conquistas da população preta atravessado pela tragédia pessoal

Em curtíssima temporada, de 10 a 13 de outubro – quinta às 20h, sexta e sábado às 17h e 20h e domingo às 16h e 19h; no Espaço Cultural Municipal Sergio Porto (Rua Humaitá, 163 – Humaitá), o espetáculo ‘Ípsilon’ apresenta a trajetória de pessoas pretas que se destacam em sua dualidade do presente e o passado.

A protagonista Carolyna (com ípsilon), interpretada por Juliana Plasmo, é uma astronauta bem-sucedida que retorna a sua cidade natal e descobre que foi reduzida a um aterro sanitário de pneus. O conflito em saber viver no espaço e não ter certeza se conseguirá sobreviver a sua terra natal, agora marca pela fumaça e abandono, é uma analogia a narrativa preta de pessoas bem-sucedidas.

O dramaturgo Guylherme Almeida estava pesquisando sobre mulheres pretas de destaque, como Carolina de Jesus, Mãe Carol Jemison e Judith Jamison, com o objetivo de escrever um espetáculo sobre as conquistas da população negra e os desafios de serem corpos dissidentes ao ingressar em uma espécie de vida burguesa, quando teve o processo atravessado por uma tragédia pessoal.

Em setembro de 2022 recebeu a notícia de que seu pai tinha sido morto, queimado vivo em um cemitério de pneus. O impacto da tragédia transformou o luto em arte e a vivência pessoal é retratada no início de ‘Ípsilon’ de forma documental.

Construída a partir de vivências de favelas de Brasília e Recife, a peça estreou no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília (DF), com sessões esgotadas, e agora chega ao Rio de Janeiro.

Ípsilon
Quando: 10 a 13 de outubro – quinta às 20h, sexta e sábado às 17h e 20h e domingo às 16h e 19h
Onde: Espaço Cultural Municipal Sergio Porto (Rua Humaitá, 163 – Humaitá)
Ingresso: R$ 20 – venda online
Classificação etária: 12 anos

Sinpose
Carolyna (com “ípsilon”), uma astronauta bem-sucedida que retorna à sua cidade natal em uma missão de trabalho, descobre que o município onde nasceu foi reduzido a um aterro sanitário de pneus. Durante o processo de criação de “Ipsilon”, o pai do diretor e dramaturgo foi queimado vivo. Esse ato trágico foi incluído no espetáculo de forma documental e é uma das camadas dramatúrgicas da peça, que também é uma ficção.

Ficha técnica
Direção e Texto: Guylherme Almeida
Elenco: Juliana Plasmo
Trilha Sonora Original: Miguel Mendes
Iluminação: Ana Quintas
Figurino: Alê Veiga
Cenografia: Guylherme Almeida
Comunicação Visual: Paulo Falcão
Consultor dramaturgia: Giordano de Castro
Coordenação Administrativa: Isabela Ornelas
Produção Executiva: Paulo Falcão
Assistência de Direção: Filipe Lacerda
Assistência de Produção: Eliane Silva e Duda Gomes
Registro Fotográfico: Humberto Araújo, Jessica Lima e Will Lopes
Registro Videográfico: Marcelo Pontes
Assessoria de Imprensa RJ: BF Assessoria

Crédito foto: Jéssica Lima