A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou nesta última terça-feira (8) os novos padrões de elegibilidade para uma produção concorrer na categoria de Melhor filme, trata-se de critérios que buscam aumentar a diversidade em toda a cadeia de produção e distribuição de um filme.
Desde sua criação em 1927, por iniciativa de Louis B. Mayer, a Academia passou por diversos momentos difíceis, mas certamente os últimos anos têm sido os mais complicados, a falta de representatividade tem sido alvo de severas críticas. Como parte do plano de mudanças, no dia 30 de junho deste ano, a Academia anunciou o quadro de novos membros, ampliando a participação de mulheres e de comunidades raciais e étnicas até então sub representadas, na lista figura o nome de alguns brasileiros como Cristina Amaral, Julia Bacha, Tiago Pavan, Mariana Oliva, Otto Guerra e Marcos Waltenberg. Uma vitória para todos aqueles que lutam por uma Academia heterogênea, acolhendo diferentes visões do que é realmente inovador e de qualidade, fazendo-o merecedor da tão almejada estatueta.
Dando continuidade ao movimento de mudança, para a 96ª edição do Oscar (2024) um filme só poderá concorrer a principal categoria se atender no mínimo dois dos quatro padrões abaixo:
A – Representação em temas e narrativas
B – Liderança criativa e equipe de projeto
C – Acesso e oportunidades na indústria
D – Desenvolvimento do público
Cada padrão engloba uma série de requisitos que buscam ampliar a participação de mulheres, negros, LGBTQ+, asiáticos, pessoas com deficiências cognitivas ou físicas, além de grupos racial ou étnico sub representado.
Segundo a academia, as demais categorias serão mantidas de acordo com seus requisitos de elegibilidade atuais. Os filmes nas categorias de especialidade, como longa-metragem de animação, documentário e longa-metragem internacional inscritos para melhor filme serão tratados separadamente.
Os diretores da Academia DeVon Franklin e Jim Gianopulos lideraram o projeto sobre os novos padrões, que tem como objetivo encorajar a representação equitativa dentro e fora das telas, a fim de melhor refletir a diversidade do público que vai ao cinema. Os critérios foram criados a partir de um modelo inspirado nos padrões de diversidade do British Film Institute (BFI) usados para a elegibilidade de financiamento no Reino Unido e em algumas categorias da Academia Britânica de Prêmio de Cinema e Televisão (BAFTA).