Deus salve a Rainha abrasileirada

O sorriso da rainha é um espetáculo imperdível. Antes de qualquer menção lembremos sempre: “God save the Queen”! (Deus, salve a rainha!) 

E assim podemos falar desse espetáculo, que é de uma graça sem igual, não somente pelo texto, mas também pela solista Cacau Merz. Grandiosa! 

Tão europeu, mas com brasileirices, com borogodóA montagem, na plataforma digital ficou excelente, uma sacada de mestre dos envolvidos nessa transição. 

A direção do Alexandre Brazil mostra-se eficaz. O tecido remete ao Renascentismo, a era de ouro, a era do filho do luveiro, das dramaturgias e poesias. Tudo graças a ela, a Rainha. O cenário virtual também merece um salve! O figurino está lindo. A iluminação perfeita. Os objetos cênicos são bem acolhidos pelos espectadores e trazem ao espetáculo coerência à estação vivida. 

A rainha virgem, tenta desmistificar os ditos do passado, em relação aos quarenta e quatro anos do seu reinado sem um marido e com isso ganha os sorrisos da plateia, na verdade arranca! “God save the Queen”!  

O espetáculo traz Elizabeth I (Isabel) e as obras eternizadas por Shakespeare. 

Imaginem… a Rainha sai de sua festa e dá de cara com a plateia em sua alcova e começa a interpretar clássicos shakespearianos, com iluminação e impostações vocais. 

A rainha não é da época longínqua do famoso dramaturgo, no entanto, não era próxima.  

O fato de Elizabeth I gostar do entretenimento deu aos artistas da época espaço e nasceram obras magnificas, criaram obras que repercutem até hoje. Durante o período Isabelino a arte floriu, tratava-se de uma rainha que gostava de cores também.  

“God save the Queen”!

O espetáculo conta com uma dramaturgia inquieta, a rainha narra alguns clássicos de maneira divertida e leve, o público ouve Macbeth, Megera Indomada entre outros.  

Enquanto conta suas histórias, a rainha também fala sobre o teatro construído por seu dramaturgo predileto. 

Shakespeare e a Companhia do Camarlengo (The King’s men) construíram um teatro – o “Globe Theatre” – na margem do Rio Tâmisa, em 1599. As sessões só ocorriam no verão, pois o local era descoberto.

A Rainha com rebuscadas frases e contemporaneidade é quem convida a ir ao teatro e apresenta o programa durante o espetáculo, um convite à diversão! 

God save the Queen”! Nomes de grandes mulheres da atualidade são devidamente mencionados. A forma como a artista se movimenta no “cenário” é perspicaz. Um belo solo, com interpretação cênica, voz e partitura corporal hilariantes. Uma criação artística boa de assistir. A música, um espetáculo a parte, é o Erudito coroando o teatro. E para sempre, “God save the Queen”!

FICHA TÉCNICA  

Autora: Maria Shu
Idealização e Direção: Alexandre Brazil 
Interpretação: Cacau Merz 
Captação e Edição de Vídeo: Cassandra Mello – Teia Documenta
Iluminação: Kleber Montanheiro 
Projeção Cenográfica de Vídeo: Tela Mágica
Trilha Sonora, técnico e operador de som: Cesar Roldão
Figurino: Alexandre Brazil
Gola Rufo: Marichilene Artisevskis
Artes Gráficas: Naiana Nascimento
Fotografia: Cassandra Mello e Vanda Dantas
Operador de Luz: Fellipe Oliveira
Operador de Som: Rafael Thomazini
Técnico de Palco: Ulisses Dantas
Produção: Gabriel Guimard
Consultoria de Produção: Joana Pegorari e Ju Paié
Coordenação de Produção: Vanda Dantas 
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Realização e Gestão de Produção: Cia. Megamini e Escritório das Artes

O Escritório das Artes faz a gestão de produção desta temporada online do espetáculo ao lado da Cia. Megamini.

O SORRISO DA RAINHA 

Dias 25/2, 26/2 e 6/3, sempre às 19h  

Ingressos gratuitos  

Adquira o ingresso na plataforma do Sympla.

Fotos Divulgação