Deu Merda

No mercado, na seção de utensílios domésticos, um casal (a mulher com uma criança no colo) e outra moça — aparentemente uma amiga dos pombinhos — observam os assentos de privada. A esposa reclama do preço do produto, alegando estar caro. O marido, tranquilo, discorda.

Ele: “Tá caro, não. Pra cagar tem que ter conforto”.

Ela: “É tão rápido, nem precisa disso aí”.

Ele: “Rápido nada. Tem que cagar com calma, na paz”.

Ela: “Quero ver ter essa calma, essa paciência, pra me ajudar nas coisas de casa”.

Ele: “Você faz tudo na correria, aí não faz direito, tenho que ajudar,
mesmo”.

Ela: “Tu fala como se fizesse alguma coisa em casa”.

Eles começam a subir o tom, discutindo, falando de problemas domésticos. O bebê dá uma leve chorada e a amiga pega a criança (que usava fralda descartável) no colo, se afastando dos dois.

Depois de subir o tom, o casal baixou o nível — ela o chamou de “seu bosta” e arrancou risadas das operadoras de caixa do mercado. Eu, que também achei engraçado, olhando para a prateleira de papel higiênico, já estava
esperando o merderê acontecer.

“Não vamos comprar mais merda nenhuma”, disse ela, nervosa. E logo saiu andando para fora do mercado, com muita pressa – parecia até que estava apertada para ir ao banheiro.

Ele, caminhando numa tranquila, numa boa, cagando (não literalmente) e andando para a mulher, foi atrás, rodando a chave do carro entre os dedos.

Uma vez, li na internet (se tá na internet é verdade) que na hora de ir ao banheiro, homens e mulheres botam para fora algumas de suas maiores diferenças. Esse casal deve ter sido usado como fonte para esse estudo.