Depois que você sai de casa, que vai morar sozinho é que você entende, de fato, o sentido de casa de mãe. “A pessoa só entende o que é ser pai quando se torna um”, diz meu pai, casado com minha mãe há 30 anos.
Casa de mãe tem perfume de paz, cheiro de panela no fogo. Aquece o mais estressado e tenso coração. Sem frituras, isso faz mal, fica da porta para fora.
Os assentos da casa de mãe são mais confortáveis. É sentar, deitar, seja no sofá, na rede, na cama ou no chão, e relaxar pleno, deixando todo o peso do mundo fora do estofado.
O cardápio também é farto de lembranças. Das fotos antigas, revelando mundos antes da Internet, às histórias que só elas lembram e que são verdadeiras. Mãe não mente.
Até as broncas no centro dos ouvidos são motivos para risadas de canto de boca. E tome mais sobremesa. Come mais, meu filho, tem bastante na geladeira.
Ir à casa de mãe é o mesmo que fazer uma consulta no médico, no psicólogo, no astrólogo, no contador e nos gurus dos comportamentos gerais. Mãe sabe de tudo e decifra o filho no olhar. Seja qual for o problema, elas sabem. Até antes de nós.
Fim de ano é caminho certo para casa de mãe. Que esses fins não acabem, justifiquem os meios, e que tenhamos um mundo cheio de casas de mãe, mesmo que para visitas simples e eternas, como toda mãe deveria ser.