Respeito é a base. A base de tudo, para tudo, entre todos. As mulheres foram brutalmente desrespeitadas em seus direitos básicos, desde a antiguidade. Sempre foi um desafio viver, manifestar seus quereres, exercer funções, fora das que lhes eram imputadas… Mas, ela sobreviveu. Sobreviveu para chegar ao século XXI, possuidora do direito em se fazer, pelo menos, ser ouvida, por intermédio de todas, que assim como eu, possuem a possibilidade de acessar um quantitativo maior de pessoas, simultaneamente.
Por essa razão, não poderia deixar de lamentar o episódio ridículo, protagonizado pelo médico brasileiro, no Egito. Da mesma forma, não poderia deixar de enaltecer a tradução e a legenda feitas pelo ativista, que do Norte da América fez chegar às autoridades egípcias, o vídeo desrespeitoso publicado pelo indivíduo.
Escolho não mencionar nomes, propositalmente, nesta matéria, porque considero o protagonista do episódio desprezível e porque a atitude do ativista, espero sinceramente, que seja algum dia, uma atitude de todxs nós. Digo todxs, porque é importante que o gênero masculino se veja numa posição de defesa e proteção da mulher, sobretudo por uma simples e inigualável razão: nasceu de uma.
Igualmente, o nosso gênero precisa tecer, cada vez mais, uma rede de autoproteção e autodefesa, para que juntas nos tornemos mais fortes, mais ouvidas e, consequentemente, mais respeitadas. Sejamos honestas, nos auto examinemos e verifiquemos, com verdade, se já não fomos omissas, ou até mesmo, incentivadoras de piadas machistas como a que foi feita no vídeo.
Existem piadas, que não podem ser motivo de riso, necessitam ser motivo de protesto. O “Cyberbulling” está aí, levando pessoas ao afastamento das redes sociais, com problemas mentais, por não estarem suportando perseguições virtuais. Cabe a todos nós combatermos. Denunciarmos. A cultura do ódio, vem sendo difundida, de forma machista e pior, respaldada, elevando, a cada dia, o número de todos os tipos de agressões contra mulheres e culminando com os feminicídios.
O desrespeito gravado e exposto de forma incontestável, em assédios e abordagens machistas e ofensivas, e que não é praticado somente por gente comum e anônima não, como bem ficou provado, no escândalo da CBF. É inadmissível, que em pleno século XXI, tenhamos recorrentemente situações como essas a serem divulgadas. Por essas e por outras, ratifico aqui o clamor já tão demonstrado e ignorado ao longo de milênios: Respeito é bom, e nós gostamos!