Se as redes sociais fossem pessoas

As pessoas estão nas redes, muitas vezes, pouco sociais. Deveriam estar mais nas redes de deitar e menos nas de navegar, mas tudo bem. O ponto é que as redes têm traços de pessoas. No pior e no melhor sentido da coisa.

Instagram está sempre feliz. Só fala de novidades boas, viagens, alto astral. Sempre com graça, preocupações pertinentes. Quem conhece de longe acha uma pessoa incrível. Quem é mais próximo, acha um saco. Não é possível ser alegre o tempo inteiro, sempre alertou o brega punk Wander Wildner.

Twitter reclama de tudo, se expõe demais, arruma confusão de graça. Não está nem aí para nada. Fala mesmo. Filtro é coisa de Instagram. Tem poucos amigos, mas são fieis, interagem em tudo. Inclusive nas confusões. Amigo é para isso. É boa companhia para se informar, trocar uma ideia. Mas a qualquer momento pode falar uma besteira maior que o Google.

Linkedin usa camisa social azul e calça bege. Sapatênis ou sapato alto. Só fala de trabalho. Vive tirando onda que foi promovido, realizou um grande feito profissional. Desempregado, some. Ninguém encontra. Quando, por acaso, é acessado por alguém, não tem assunto.

Facebook é a tia, o tio chato. Espalha notícia falsa, deseja bom dia em uma segunda-feira chuvosa e ouve Fábio Júnior. Adora fazer discurso sobre assuntos que não conhece bem. Está cada vez mais fora de moda. Sempre soltam a clássica: “No meu tempo que era bom”.

Tik Tok é pré-adolescente. Dancinha, joguinho, flerte ruim. Quem gosta de pré-adolescente? Nem eles se gostam.
Não sou conhecedor de mais redes para conectar a essa crônica. Talvez eu seja Facebook nessa, bem tiozão, sabendo de nada. WhatsApp e Telegram contam como reses sociais? Se forem, tenho algo a dizer sobre: fofoqueiro(a)s e pervertido(a)s.