O que assistir no Spcine Play

O que assistir no Spcine Play — 10 dicas de filmes disponíveis na plataforma pública de streaming.

Apesar da vacina ter chegado ao Brasil, apenas algumas pessoas dos grupos de risco estão tendo acesso a ela, a necessidade de mantermos todas as medidas de prevenção ao Covid-19 permanece, apesar do cansaço estar levando um maior número de brasileiros às ruas e ao relaxamento desses cuidados, entretanto muitos setores continuam vivendo de acordo com o novo normal.

No audiovisual, por exemplo, tornou-se comum as estreias no formato VOD (“Video On Demand”), ou diretamente nas plataformas de streaming. Outras adaptações vividas ao longo de 2020 foram as mostras e os festivais de cinema, realizados inteiramente on-line, muitos, inclusive, gratuitos. Nos últimos meses do ano, a oferta foi tanta, que ficou difícil acompanhar, mas nem tudo está perdido, porque a Spcine Play exibe filmes das principais mostras e festivais de cinema, sendo a única plataforma pública de streaming do Brasil. O conteúdo fica acessível, simultaneamente, aos eventos e segue disponível na plataforma, por um tempo. Na Spcine Play também dá para encontrar clássicos do cinema brasileiro, com filmes de diretores como Hector Babenco, Lúcia Murat, Rogério Sganzerla, Tata Amaral, dentre outros.

Se você ainda não acessou a Spcine Play, é muito fácil, basta entrar em www.spcineplay.com.br, escolher o título e dar play. Eles também têm uma parceria com o Looke, então, se você tem o aplicativo e já sabe o nome do filme é só buscar e assistir por lá.

Para facilitar a sua vida, fiz uma seleção com 10 excelentes títulos disponíveis na plataforma, divididos por categorias.

PARA VER COM AS CRIANÇAS

A cor da água (Lala Severi | Walter Tournier, 2010) – essa animação Uruguaia transmite com humor e respeito, critérios sobre a importância da água para evitar seu desperdício, ideal para ver com os pequenos e já ensiná-los o valor deste bem tão precioso.

Fábula da vó Ita (Joyce Prado | Thalita Oshiro, 2016) – Gisa tem um cabelo cheio de personalidade, mas seus colegas da escola não entendem isso e acabam falando coisas que a entristece. Com baixa autoestima, ela irá buscar a ajuda da Bruxa Leleira, mas fugindo da sua identidade a menina pode perder a chance de ser feliz. Esse é o conto de fadas, que Dona Ita conta para sua neta, Gisele, através das pinturas que faz enquanto narra a história. Esse curta tem apenas 4 minutos, tempo suficiente para nos ensinar lições como empatia, respeito, aceitação, autoestima. O filme participou da Mostra de Cinema infantil de Florianópolis e do 6º Festival Ver e Fazer Filmes.

AUDIOVISUAL NEGRO

Coração do Mar (Rafael Nascimento, 2018) – Cadu é um menino de 10 anos, que mora numa região violenta de São Paulo, mas que tenta ter uma infância normal. Ele sonha conhecer o mar. Esse é um filme que merece atenção, a simplicidade de sua narrativa nos convida a uma profunda reflexão sobre as consequências da violência em comunidades.

Ana (Vitória Felipe, 2017) – Ana é uma menina que tem dificuldade em se reconhecer negra. Jeannette é uma professora refugiada, que encontra trabalho como auxiliar de serviços gerais na escola em que Ana estuda. Juntas, elas irão descobrir como driblar o racismo. O filme faz parte da Mostra do Audiovisual Negro – APAN.

MULHERES À FRENTE DAS CÂMERAS

Histórias que só existem quando lembradas (Julia Murat) – Uma fotógrafa chega numa cidade, que não pode enterrar seus mortos porque o cemitério está fechado.

Olhar estrangeiro (Lúcia Murat, 2005) – O documentário aborda os clichês de como a indústria cinematográfica vê o Brasil, através dos atores e diretores estrangeiros.

LGTBQIA+

Homens Pink (Renato Turnes, 2020) Nove homens gays relembram momentos importantes de suas vidas, memórias íntimas, como os primeiros desejos, o despertar da sexualidade, a primeira experiência sexual, tudo isso durante a ditadura militar. Eles também falam sobre a devastação da epidemia da Aids, as perdas e o estigma. Esses bravos sobreviventes finalizam refletindo sobre como é envelhecer gay no Brasil de hoje. O documentário participou do 28º Festival Mix Brasil.

Marie (Leo Tabosa, 2019)Mário retorna ao sertão depois de 15 anos para enterrar o pai. Ele regressa para sua cidade natal como Marie, uma mulher trans. Lá, reencontra seu amigo de infância, Estevão, e com ele o seu passado. O curta está na MOSTRA XI: Brazilian Film Festival.

CLÁSSICOS

Pixote a lei do mais fraco (Hector Babenco, 1980) – Pixote, era apenas um garoto de 10 anos de idade que vivia nas ruas de São Paulo. Certa noite, durante uma perseguição policial, ele vai para um centro de detenção onde sofre todo tipo de abuso. Pixote sobrevive, mas torna-se um delinquente, envolvendo-se com drogas, prostituição e assassinatos, tudo isso durante a “infância”. O filme lançou a carreira do ator Fernando Ramos da Silva, intérprete do Pixote, que foi executado por policiais aos 19 anos em Diadema. Num trágico exemplo onde a vida imita a arte.

O beijo da mulher aranha (Hector Babenco, 1985) – Molina é um homossexual, que divide cela com Valentim, um revolucionário constantemente torturado. Neste ambiente de opressão uma bela amizade surge, Molina se esforça para manter Valentim vivo por meio de suas histórias, que misturam fatos reais com trechos de filmes. William Hurt venceu o Oscar pelo papel de Molina, Hector Babenco foi indicado como melhor diretor. O beijo da mulher aranha também foi indicado como melhor filme e melhor roteiro adaptado.