Meu corpo, meu toque, minha sensibilidade…

Segundo a teoria do desenvolvimento psicosexual de Freud, a sexualidade humana se desenvolve a partir do nascimento. Quando há pouco mais de uma centena de anos o psicanalista propôs essa teoria foi fortemente criticado pela sociedade da época, que insistia em infantilizar a criança e destacá-la do restante da sociedade para não macular a “pureza” que a ela atribuiam.

Longe de mim, questionar a pureza da criança, a inocência inata que como indivíduo ela traz, antes das informações e ocorrências adquiras por suas experiências de vida. De fato, da forma como a criança era tratada para hoje são evidentes profundas diferenças. Se naquela época eram afastadas das situações onde o núcleo familiar tratava seus problemas e talvez na minha infância muitas vezes fossem poupadas de saber os “assuntos de gente grande”, como poderiam estar desenvolvendo sua sexualidade desde o primeiro ano de vida?

De acordo com a supracitada teoria, a criança atravessa etapas de desenvolvimento da sua sexualidade, que estão bem relacionadas com a obtenção do prazer. E durante uma delas, na fase dita “fase fálica”, que vai de 3 a 6 anos, as zonas erógenas são a genitália e nessa fase a criança costuma tocar nesta parte de seu corpo.

Nesse momento, é muito comum os adultos acharem lindo o menino com a mãozinha no “pintinho”…. Mas a menina…é logo advertida: “Tira a mão daí e fecha a perna!” Eles não tem dimensão do que isso representa no inconsciente feminino, não sabem até onde essa fala reverberará e reprimirá a relação da mulher com seu próprio corpo. Talvez por isso as mulheres se masturbem menos que os homens. Também a mulher tem uma vergonha maior de sua nudez do que o homem. Uma pena, porque a masturbação é uma parte maravilhosa do exercício da libido. A mulher ao se masturbar, se descobre, se toca, experimenta várias formas de obtenção do orgasmo, identifica as maneiras que lhe proporcionam mais prazer!

É como um reconhecimento do corpo, o conhecimento deveria ter sido exercido desvinculadamente da eroticidade, na fase fálica, quando desenvolvia sua sexualidade. Mas, a repressão sofrida na primeira infância, permanece recalcada em nossas mentes e muitas vezes repudiamos até o pensamento do desejo em se masturbar.

A masturbação é linda, é um orgasmo diferente, tanto com os dedos, quanto com vibradores ou outros brinquedinhos, é algo intenso. Saber em que parte o toque da vagina nos leva mais rapidamente ao orgasmo é uma liberdade, é uma forma de conduzir nossos parceiros para que eles nos realizem plenamente. Não devemos ter vergonha disso!

Inclusive, durante o ato sexual, é lindo uma mulher se tocar para um homem ver! Aliás, se os homens soubessem o quanto esta ação poderia lhes orientar melhor… Sim, porque cada mulher tem um jeito, uma peculiaridade, cada tipo de “transa” tem um toque apropriado, de modo que a medida em que a mulher se sinta livre para se masturbar, poderá igualmente sentir-se livre para identificar estes diferentes aspectos.

E quer saber? Sou livre para gozar na vida e no sexo! Trata-se do meu corpo, meu toque, minha sensibilidade! Faça isso você também!