Karol Conká e o Auxílio Emergencial

Vocês sabem o que a Karol Conká e o auxílio emergencial têm em comum? Ambos servem para distrair o povo da catástrofe iminente.

Depois de mais de 21 anos de insistência da Globo em nos fazer engolir um programa recheado de falsidade e ruim, para encher os bolsos de anúncios pagos, finalmente o povo acordou, mas resolveu manter o conforto da cobertinha justificando que assistir ao BBB é militância ou “analise do comportamento humano” como se estivessem estudando para o PHD de Psicologia em Havard. As insistentes formas de justificar o injustificável se modificaram muito ao longo desses 21 anos. Nesta edição, por exemplo, colocaram uma galera militante de varanda e alguns representantes do movimento negro, que mais fazem envergonhar a si mesmos. E a internet tomba! Falem mal ou falem de mim, só continuem assistindo e falando enquanto o mundo cai ao redor. Karol com K, Karol sem K, Karol Conká, não importa o nome, interessa é o desserviço prestado à população negra e a si mesma. A ela eu desejo reza, e às pessoas que confundem realidade com televisão, se prestando ao papel de destilar ódio contra a família da personagem, desejo o mesmo.

Reduzirei minha crítica ao programa fútil ao parágrafo acima, o ponto em questão é: a política brasileira e os mecanismos de distração de massa públicos e privados para seguir o fluxo do desmonte social.

O mais novo deles é o Auxílio Emergencial. Escrevi um artigo discutindo especificamente o auxílio emergencial, o impacto do mesmo na população negra e sob os trabalhadores informais. Digo isso, porque quero demonstrar ciência de que o auxílio é um instrumento importante de manutenção da segurança financeira e sanitária do povo brasileiro, diante da situação pandêmica. Entretanto, está mais que comprovado que: 600 reais não sustentam uma família, o uso do auxílio emergencial pelo governo foi politicagem de garantia da popularidade e como diz a senhora minha mãe, “ruim com ele, pior sem ele”.

Nesta nova temporada da “saga auxílio”, o governo resolveu voltar com ele, reduzindo-o pela terceira vez, com a brilhante ideia de retirar dos recursos sociais que atendem ao povo o dinheiro para pagar o Auxílio. Explicando melhor: tira-se dinheiro da escola pública, do SUS e da assistência social para pagar um dinheiro que serve à assistência. Percebam, a ideia é tão perversa que só poderia ser realizada por um governo sem escrúpulos. A genialidade maligna do mecanismo está na desvinculação obrigatória de recursos da união[1] para saúde e educação como moeda de troca para pagar o auxílio emergencial.

A população deseja voltar a receber o benefício, entretanto em que condições? É esse o preço, quem vai pagar?  Se não tiver recursos para a escola, nem para a saúde pública, mas receberem 200 reais, tudo ok? É transferência de responsabilidade para a população de um direito.

A globo distrai a população com entretenimento de “quinta” e o governo distrai, “a la Silvio Santos”, lançando aviãozinho de 200.

[1] Para saber mais sobre o assunto ver sobre a PEC 186.