Disputa fortíssima: desfiles críticos trazem reflexão e cor à Sapucaí

O páreo deste ano ao título de campeã do grupo especial das escolas de samba do Rio de Janeiro está bastante acirrado. A maioria das escolas fez fortes críticas políticas e sociais, levantou bandeiras e fortaleceu alguns debates fundamentais nos dias de hoje.

Segundo o G1, três escolas se destacaram no 1º dia de desfile do grupo Especial (23/02), na Sapucaí, no Rio: Mangueira, com um desfile polêmico e inovador, Grande Rio, que poderá perder pontos em harmonia e evolução pois teve problemas em dois carros e Viladouro, que enalteceu o batuque Afoxé da Bahia e as mulheres negras de Salvador.

A Mangueira (foto) busca o bicampeonato e trouxe à avenida as diferentes faces de Jesus Cristo dos dias atuais. Em um dos carros, um Jesus Cristo negro, nascido em uma comunidade, crucificado e alvejado por balas, fez referência à violência cotidiana sofrida pelos grandes centros urbanos, especialmente por jovens negros e pobres. A rainha da bateria, sem samba no pé, dramatizou um Cristo-mulher, denunciando, na avenida, a luta das mulheres, violadas de seus direitos e violentadas.  Sua comissão de frente uniu todas as religiões contra a intolerância religiosa.

Já os destaques no 2°dia de desfile (24/02) foram Vila Isabel, Mocidade e Beija-flor.

A escola de Vila Isabel, forte candidata ao título, fez um desfile impecável, celebrou o aniversário de 60 anos da capital Brasília e recontou na Sapucaí as histórias brasiliense e brasileira, com muita brasilidade. A Mocidade homenageou Elza Soares e seus 89 anos de história, a cantora veio em destaque no último carro da escola. Já a Beija-flor de Nilópolis contou as jornadas da humanidade e as ruas famosas espalhadas pelo mundo, como a Broadway e Abbey Road, e fechou o desfile com a própria Marquês de Sapucaí sendo reverenciada no último carro.

Amanhã, quarta-feira (26/02), saberemos quem se sagrará vencedora do carnaval 2020.

Foto Raphael David – Riotur